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Dançamos juntos, no palco da vida.



Hoje é o dia Nacional do Psicólogo, e que orgulho tenho nesta profissão que me surpreende e apaixona, todos os dias. Um aplauso ao caminho que foi e está a ser percorrido em prol da saúde mental e da sua importância, a desmistificar a psicopatologia e o seu estigma e a importância de olharmos para os nossos sentimentos e angústia, ao invés de fugirmos deles. Quanto mais estudo, mais pequenina fico, e apercebo-me da complexidade do ser-humano, um ser social, que cresce e desenvolve a partir da relação com o outro.


Porém, nem sempre foi este o meu caminho (aparentemente apenas). Reflectindo sobre a pessoa que sou e que fui, compreendo que a psicologia sempre esteve presente:

No secundário foi a minha disciplina preferida. Também na licenciatura em Ciências da Saúde, embora como cenário de fundo, através de leituras e palestras, camuflada por um desejo de compreender o outro (e a mim mesma claro), e vista apenas como um interesse e não um caminho. E em Medicina Dentária, quando em conversa de café me perguntavam qual a área em que me gostaria de especializar, respondia com toda a certeza, que desejava seguir odontopediatria para “curar o trauma das crianças pelos dentistas” (claro!). Mais tarde, como um grito do Ipiranga, decidi seguir o meu coração - e o que de poético tem esta expressão-, e com isso, olhar para mim com os meus próprios olhos e não através do olhar dos outros e com todas as suas expectativas inerentes.



Actualmente, cada dia me apaixono mais e mais por esta profissão tão bonita, que através do olhar, da relação, da palavra e do sentir, comunicamos - como todos o devíamos fazer sempre-, com a sensibilidade e as emoções à flôr-da-pele (o que nem sempre é fácil!). E que “só“ isso é terapêutico - com todos os pontos finais, reticências e exclamações, que aparentemente parecendo fácil, não é, tendo como base a ciência e uma ferramenta de trabalho que também sente e é humana, o psicólogo.

E por meio de duas pessoas que se entregam, ocorre uma dança terapêutica que faz sentir e é sentida, com os seus encontros e desencontros, mas um apoio e compreensão incondicional. Com a certeza de que ao cairmos, nos puxam para rodopiar, num palco de emoções, pensamentos e angústias, que nos invadem e tiram o chão - porque ficamos pequeninos e sozinhos não fisicamente mas dentro do nosso coração-, porque o que mais precisamos é de um outro que veja e sinta a mesma peça que nós e principalmente connosco, neste palco que é a vida.

E no escuro, quando as cortinas se baixam, já sem plateia, ficam apenas duas pessoas. Inteiras. A comunicar nas entrelinhas.

E o silêncio transforma-se em paz...

até à próxima dança.


Feliz dia do Psicólogo.

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