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E quando a mãe não sabe?





Por Filipa Maló Franco





A mãe sabe?


E quando a mãe não sabe? E quando o dever que impõem às mães de saber sempre tudo o que se passa com o bebé, o que sente e como agir, as mina por dentro, como se um veneno se tratasse. Lembrando-as uma e outra vez, que talvez, e só talvez, não sejam mães, o suficiente.


E quando a intuição não está certa? Porque por mais que a intuição nos ajude a sentir e a escutar o bebé, nunca nos podemos esquecer que as lentes com que vemos o outro e o mundo, também podem estar influenciadas por aspectos diversos que vivem dentro de nós. Por medos que nos consomem devagarinho. Por inseguranças, pressão, receio. Por fantasmas que nos assombram, principalmente quando não conseguimos olhar para eles.


E quando a mãe quer ser perfeita? Por pressão do outro, da sociedade, de si própria ou de tudo, ao mesmo tempo. E é quando fugimos da possibilidade de erro, que nos tornamos menos humanos. Que procuramos incansavelmente respostas e justificações para todos os movimentos, ações e sentires daquele ser pequenino, que tantas vezes nos deixa com o coração nas mãos e sem saber o que fazer. E de mãos dadas com a insegurança, é quando tentamos alcançar uma perfeição que não existe, que nos afastamos de uma relação humana. Imperfeita. Como deve ser.


Nem sempre a mãe sabe. Poucas são as certezas. A intuição também pode falhar. Pedir ajuda, pode ajudar. Dar espaço ao erro, essencial. O “não-sei” também educa. As emoções, nem sempre se regulam. A melhoria, é um caminho turbulento. Com a certeza de que perfeição não nos torna melhores, nem mais felizes.





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