Por Olga Reis
O aleitamento materno é uma parte fundamental dos processos psíquicos e de saúde inerentes à maternidade, e está intimamente ligado ao bem-estar físico e emocional da mãe e do bebé, assim como à construção do vínculo entre ambos.
Os profissionais de saúde estão cada vez melhor preparados em relação aos aspectos fisiológicos do aleitamento materno, mas o certo, é que os aspectos mais psicológicos, neurobiológicos e socioculturais da amamentação são ainda menos conhecidos.
A realidade é que a doença mental no pós-parto pode manifestar-se como dificuldades na lactação, e ao mesmo tempo as dificuldades com a lactação podem gerar muito mal-estar psíquico, complicar o puerpério e influenciar na relação com o bebé.
Muitas vezes estes problemas “solucionam-se” com uma interrupção quase sempre desnecessária da amamentação nas mães que desejam amamentar.
A IMPORTÂNCIA DA AMAMENTAÇÃO NA SAÚDE MENTAL
Evidências mostram que a amamentação pode ter um efeito preventivo no desenvolvimento de doenças mentais. Estudos revelam que as mães que planeiam e realmente amamentam têm cerca de 50% menos probabilidade de ficarem deprimidas do que aquelas que não tinham planeado e não amamentaram e a par disso, é crucial desmistificar o receio da medicação durante a amamentação, pois existem fármacos compatíveis com a mesma.
É sabido que mais de 3 em cada 5 mulheres param de amamentar mais cedo do que gostariam. Isso destaca a importância de fornecer apoio à amamentação de boa qualidade e com informações baseadas em evidências. Com a certeza de que não se é melhor mãe porque se amamenta, ou porque não o faz. Não é melhor mãe quem deseja, ou não amamentar. Todas as decisões têm de ser respeitadas.
Mas não podemos deixar de falar dos benefícios e principalmente, da relação da amamentação com a saúde mental, que ainda é tão pouco conhecido.
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