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Sobre a criança que vive em mim

  • Foto do escritor: Filipa
    Filipa
  • 17 de abr.
  • 1 min de leitura



Por Rita Sousa




“Eu ainda estou aqui” 


Fui eu - 

a criança de olhos cor do céu, 

cheios de sol, mundos e vontades. 


Tinha um sorriso fácil, 

como quem nasce já a procurar do lado bom das coisas. 

Tinha perguntas demais, 

porque tudo me parecia mágico, ou misterioso. 


Faltava-me um dos colos que eu mais queria, 

aquele que deveria ter sido abrigo e porto seguro, 

mas mesmo assim, 

eu inventava abraços nas nuvens 

e encontrava conforto em pequenas maravilhas. 


Hoje, se me escutares com calma, 

vais ouvir-me dizer: 


“Não deixes que a vida te endureça. 

Não te esqueças da beleza das coisas pequenas, 

do cheiro da terra molhada, 

do som de alguém que ri contigo." 


"Não percas o interesse na alma das pessoas. 

Tu tens esse dom raro — 

de ver por dentro, 

de tocar com cuidado onde muitos passam apressados.” 


Se às vezes sentires que te afastaste de mim, 

volta devagar. 

Fecha os olhos. 

Respira. 

Eu ainda estou aqui. 

Sou a tua origem, 

a tua essência, 

e o teu ponto de luz. 


E nunca te deixei,  

Nunca me deixes também. 




 
 
 

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