Por Ariana Pereira
psicóloga clínica e gestora de equipa
Dizem que “a saudade é a única coisa que o vento não leva”, e na verdade parece que aumenta a cada segundo, a cada hora, a cada dia…Ter saudade significa que perdemos algo que um dia amamos, pois só temos saudade daquilo que nos fez sorrir, daquilo que nos deu colo e conforto e de tudo aquilo que foi efetivamente importante para nós.
Torná-la parte da nossa vida pode parecer difícil, mas acreditar que este sentimento pode ser algo bonito e saudável também é possível.
Em março comemorou-se o dia do pai, um dia de alegria para muitos mas também um dia de memória e de saudade por todos os “pais” que já não podemos abraçar.
Aqui chega a saudade, aquela saudade que dói e nos torna tão frágeis que a posição fetal regressa ao nosso corpo e as lágrimas apoderam-se de tal forma do nosso coração e da nossa alma que no final do dia sentimos um cansaço inexplicável...um desejo que no próximo ano este dia seja menos doloroso e com menos “saudade”.
Mas será esta a solução? Porque não aceitar que para o ano esta saudade pode ser sentida com um sorriso?
O amor tem várias formas…claro que a forma física, o abraço e o toque são aqueles que nos aquecem e que tornam tudo especial mas é possível continuar a amar sem sentir, é possível continuar a amar sem olhar nos olhos, é possível continuar a amar apenas com as memórias e com o coração.
Que a saudade também nos faça sorrir…Porque se a temos, significa que valeu a pena.

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