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Doença mental é grave e também pode matar...

Por: Filipa Maló Franco


Ontem, celebrou-se o Dia Mundial da Saúde Mental, que, cada vez mais, está a ser olhada de outra forma, com mais importância e atenção (e ainda bem!).


Penso que já ultrapassámos a ideia de que o corpo e mente estão dissociados e percebemos que, de facto, afetam-se mutuamente. O corpo manifesta emoções reprimidas - que não são olhadas e sentidas -, através de sintomas físicos, se olharmos para a área da psicossomática. O inconsciente e o sistema nervoso estão intimamente ligados - e questionamos se não estaremos a falar do mesmo conceito/área-, se estudarmos novas teorias e ideias que interligam a psicanálise com as neurociências, por exemplo.


A saúde mental importa tanto como a saúde física e eu questiono porque é que é tão fácil para nós, quando estamos doentes fisicamente, procurarmos um médico mas, quando estamos em sofrimento e instáveis emocionalmente, apenas achamos que com pequenas dicas, imediatas e generalizadas, que nos cingem a seres menos subjetivos e complexos do que realmente somos, nos podemos “aguentar” nesta angústia e silenciá-la.


Percebo (mas revolta-me) que culturalmente, a doença mental ainda é vista como fraqueza, como algo que se soluciona facilmente porque “está na nossa mente”, como se fosse fácil. Não é, e é por isso que se torna tão difícil pedir ajuda. Noto também que nos focamos mais no sintoma e que por isso, preferimos respostas mais imediatas que o camuflam como a medicação e as técnicas/ferramentas que nos ajudam naquele momento (que por vezes assumo que é necessário), mas que não nos capacitam para lidarmos com o real problema - a estrutura e elaboração, a capacidade de pensarmos sobre nós mesmos, sobre as nossas emoções e demónios.


O meu apelo é que nunca deixem de pedir ajuda, mesmo que sintam a crítica da sociedade aos vossos ombros e que seja mais fácil aparentar que está tudo certo. Para os homens em especial, que culturalmente são ensinados a reprimir o que sentem porque chorar “é para meninas”, não tenham medo das vossas emoções, todas elas e principalmente, de pedir ajuda. A doença mental é grave e também pode matar.


*Todos as obras têm direitos de autor: Filipa Malo Franco

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