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Relações tóxicas?

  • Foto do escritor: Filipa
    Filipa
  • 29 de out.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 30 de out.


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Por Tomás Lopes





Entramos numa relação quase sem perceber - tudo parece natural, leve e cheio de cumplicidade. Há carinho, atenção e a sensação de segurança. Mas, pouco a pouco, certos gestos mudam. O mais difícil é reconhecer quando o amor deixa de ser saudável, porque a toxicidade costuma entrar disfarçada de afeto. Nem sempre percebemos quando estamos numa relação tóxica. Às vezes, entramos de forma inocente, acreditando que o amor é suficiente, que com paciência tudo melhora, ou que “é só uma fase”. Mas com o tempo, começamos a sentir-nos esgotados, confusos e a perder partes de nós próprios - e é aí que percebemos que algo não está certo.


Uma relação saudável é construída a dois. Não é possível sustentar uma relação sozinho. É preciso que ambos queiram crescer, comunicar, respeitar e cuidar um do outro. O Amor não é suficiente se não existir equilíbrio, empatia e vontade de trabalhar em conjunto.


Quando apenas um lado se esforça, quando o outro ignora, manipula ou desvaloriza, o amor começa a pesar. E este peso não é físico - é emocional, silencioso e profundo. É aquele cansaço que se sente no peito, aquela vontade de chorar sem sabermos bem porquê, aquele nó na garganta quando tentamos “não estragar as coisas”.


O amor começa a pesar quando passamos mais tempo a tentar consertar, quando as palavras bonitas se tornam desculpas, quando o silêncio se transforma em castigo, quando sentimos que se falarmos o que sentimos as coisas vão piorar, quando não sabemos se o que sentimos é amor ou medo de perder o pouco que ainda resta, quando justificamos e aceitamos o injustificável, quando…


Numa relação tóxica, o amor perde a leveza. A relação deixa de ser um refúgio e torna-se numa prisão - um lugar onde nos culpamos por tudo, onde acreditamos que se tentarmos mais um pouco talvez o outro mude. E tentamos, e voltamos a tentar e vamos ficando e ficando…


Existem coisas que não são normais numa relação e é importante falar deles:

• Não é normal termos medo de expressarmos o que sentimos

• Não é normal sermos controlados, vigiados ou culpados por tudo

• Não é normal sermos constantemente criticados, diminuídos ou comparados

• Não é normal que o outro desrespeite os nossos limites, o nosso corpo ou as nossas emoções

• Não é normal que nos façam adaptar e moldar para cabermos no mundo do outro

• Não é normal sentirmos-nos sozinhos mesmo estando acompanhado


O difícil é deixarmos este peso ir - e aqui é que percebemos que amor nunca devia ser sinónimo de dor, mas um lugar de cuidado. Mesmo nas relações mais cúmplices e íntimas, devem existir limites. Limites não significam falta de amor - significam respeito. É através deles que se mantém a individualidade, o espaço e a liberdade emocional de cada um.

Amar alguém não implica perdermo-nos no outro.


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