Setembro chegou e o stress do regresso à escola também!

Por Ana Rita Fernandes

Hipermercados cheios de materiais, redes sociais carregadas de posts sobre adaptação escolar, filas nas livrarias para levantar livros. 

Não há dúvidas: Setembro chegou!

Nos grupos de pais do Whatsapp já se pergunta “o que achaste da educadora?” “Já tens a farda?” “Em que actividades vais inscrever a criança?”.

Ainda estamos no início do ano letivo e para alguns o cansaço já se instalou.

Até a máquina ficar oleada e o calendário de atividades afixado no frigorífico, o stress apodera-se das famílias.

Porque tem de ser assim? Quando é que o regresso à escola se transformou num absoluto 

caos de dúvidas e cansaço?

Talvez este texto seja uma reflexão para mim e não tanto para quem me lê. Talvez seja uma proposta pessoal, que vos convido a fazer.E se este ano, o nosso calendário contemplasse mais “ócio” e menos “atividade”? E se a proposta para este ano letivo fosse priorizar um tempo sem atividades, sem grandes estímulos, sem tarefas.

Meia hora diária obrigatória em que nos propomos a estar, a brincar, em que nos deixamos guiar pela criança e ficamos a observar.

Meia hora por semana em que asseguramos que só respiramos, contemplamos ou desacelerarmos.

Os mais céticos dirão “Isso é perda de tempo!”. A ciência diz que não!

Dezenas de teóricos na área da psicologia do desenvolvimento, reforçam que o vínculo seguro na infância é um dos maiores potenciadores de saúde mental na vida adulta. 

E sem saúde não há sucesso!

Reforçam que o calor da presença é tão ou mais importante do que uma casa segura e alimentação. Com auto-estima fragiziliada, de que nos servem dezenas de outras competências?

Talvez este ano letivo o nosso calendário de atividades possa ter “tempo de estabelecer vínculo” . E isso nos ajude a desacelerar do caos. Se nos focarmos na relação, tudo o resta se torna menos importante.