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A magia do Pai Natal

Por: Joana Santos





O Natal é magia. Partilha. Generosidade. Empatia. Humildade. Entreajuda. União. Família. Reencontros. Pode ser uma época tão bonita e calorosa. E o nosso querido Pai Natal é uma representação destes conceitos e valores. 


Trazer este lado da imaginação e da criatividade tem grandes benefícios para as crianças. Criar e imaginar faz parte do desenvolvimento infantil e é benéfico para o desenvolvimento cerebral da criança.


Mas o interesse dela vai ser diferente dependendo da fase de desenvolvimento em que se encontra. Quando são mais pequenos, até aos 2/3 anos, é natural mostrarem algum medo e até apreensão pela fantasia e pela personagem do Pai Natal (e por figuras fantasiadas no geral). O nosso papel aqui deve ser de compreensão, acolher a criança e validar os seus receios. Não forçar o beijinho, não forçar a fotografia.


E depois, naturalmente, esta magia começa a construir-se. É algo cultural. E as crianças à medida que vão crescendo vão experimentando e vivenciando também a fantasia e a magia do natal.


A descoberta do Pai Natal, se não houver nenhuma “surpresa”, é um processo com várias fases. Podem começar por mostrar algum medo e rejeição perante a figura grande e desconhecida que “apareceu do nada”, passando depois para uma fase de mais encanto, onde criam a fantasia e “acreditam” e, naturalmente, chegam à fase em que percebem a realidade. Por volta dos 7/8 anos, característico da idade, começam a ter uma noção mais concreta e lógica das coisas e começam a questionar-se: 


“Mas como é que o Pai Natal passa na chaminé?”

“Como é que o Pai Natal consegue chegar ao mundo todo?”

“Porque é que tinha presentes no carro do pai?”


E o que devemos fazer nesta fase? Quando a criança começa  a questionar, a mostrar este seu raciocínio mais lógico, está-nos a dar sinais que quer mais informação. Algo começa a não fazer sentido para eles. E precisam da nossa ajuda. Aqui, devemos ir ao encontro daquilo que a criança nos pergunta e das suas dúvidas, dando-lhes a verdade. Sempre! Até porque eles percebem quando nós não estamos a ser completamente honestos. 


Devemos guiar estes porquês e refletir com eles. Devemos ajudá-la a desconstruir. Esta crença de que o Pai Natal existe dificilmente será nociva ou prejudicial à criança, é uma fantasia bonita. Mas naturalmente, vai haver um ponto em que a criança estará preparada para largar estas crenças. E o nosso papel é ajudá-las, orientá-las com a verdade. Adaptando o discurso à sua idade e à criança que temos à nossa frente, há várias formas de o fazer. Por exemplo, os pais podem contar a sua história, como foi para eles viver isto. Tentar normalizar. 


Uma fantasia não é uma mentira. E quando a criança nos confronta com a pergunta devemos devolver-lhe com a verdade. Adaptada ao seu desenvolvimento. 


E não tem que haver uma mágoa ou zanga da parte da criança quando percebe que existe aqui um conceito de fantasia, de imaginação. Os estudos que vão surgindo neste âmbito têm-nos mostrado isto. E na maioria das vezes, mesmo já conhecendo a realidade, fazem questão de participar na fantasia dos que ainda acreditam - irmãos, primos, amigos.


A magia do natal não desaparece quando a criança descobre que o Pai Natal não existe. Quando este momento chega, é um ótimo momento para lhe contar a história do Pai Natal. De onde veio esta figura, quem era o São Nicolau. É uma história bonita e uma boa forma de ajudar a desconstruir este conceito de fantasia, sem perder a beleza e o verdadeiro significado do Pai Natal e do Natal. 


A magia está lá, mesmo o Pai Natal não sendo real. E todos podemos ser um bocadinho “Pai Natal”.


E não vamos estragar esta magia tão bonita do Natal, onde deve imperar o respeito mútuo e a generosidade, usando-a como moeda de troca - “olha que se não fizeres isto ou não te portares bem, o Pai Natal não traz prendas”. 


O Pai Natal não é uma figura de autoridade, não tem esta responsabilidade. 

O Pai Natal não castiga, nem avalia o comportamento dos meninos. 

O Pai Natal não rejeita crianças “mal comportadas”.


O Pai Natal é generoso, é amigo.

O Pai Natal dá, partilha e distribui.

O Pai Natal é magia, alegria e amor.


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