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Maternidade e redes sociais: inspiração ou pressão?

  • Foto do escritor: Filipa
    Filipa
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura
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Por Leonor Rocha Leite



Vivemos num tempo em que as redes sociais ocupam um lugar de destaque nas nossas vidas. Fazemos pesquisas, acedemos a conteúdo das mais diversas áreas, seguimos pessoas e marcas influentes, conhecemos o mundo, sem sairmos do conforto da nossa casa.

Abrimos o Instagram e vemos mães e pais a partilhar momentos com os filhos, dicas de parentalidade, rotinas familiares, e muitas vezes imagens de uma maternidade aparentemente perfeita. Vemos também profissionais que partilham conteúdo para quem se depara com os desafios da parentalidade e procura soluções e caminhos para esta complexa viagem.


Mas, se por um lado, o conteúdo nos pode inspirar e guiar a fazer melhor, por outro também pressiona e cria a ideia de que há uma forma certa de fazer as coisas e que tudo o que sai fora dessa linha, está errado ou não é tão bom.


As redes sociais podem ser uma ferramenta valiosa para quem está a viver a maternidade, especialmente por ser uma fase tipicamente solitária e recheada de dúvidas e medos. Ver outras mães a passar por situações semelhantes pode ser reconfortante. Perfis que mostram uma maternidade real, despida de idealizações e de receitas mágicas, ajudam a normalizar sentimentos como o cansaço, a insegurança, a culpa ou o medo.


É também um espaço de aprendizagem, onde se podem conhecer muitas dicas úteis e importantes para fomentar a criatividade das mães e aumentar a sua confiança.

No entanto, existe o outro lado da moeda. É fácil cair na armadilha da comparação: ver mães que parecem sempre calmas, descansadas, arranjadas, com a casa impecável, filhos bem comportados, tempo para fazer exercício e ainda publicar conteúdo inspirador.


Mesmo sabendo que aquilo é só um recorte da realidade, é inevitável a sensação de falha e que se podia estar a fazer mais e melhor para alcançar esse ideal de maternidade perfeita.

É por isto que as redes sociais, quando consumidas sem controlo nem espírito crítico, podem alimentar a culpa e a insegurança das mães, em vez de potenciar a autenticidade e a vivência única de cada mulher sobre a sua experiência, que é inevitavelmente diferente de todas as outras.


É muito importante procurar uma utilização saudável e equilibrada das redes sociais, escolhendo com intenção os perfis que se segue. Há que refletir sobre a forma como nos sentimos ao ler determinado conteúdo. Será que ler isto me faz sentir bem e inspirada? Ou será que aumenta a minha ansiedade e a minha culpa? Filtrar estes perfis, deixando de seguir os que não são bons para nós, é o primeiro passo.


É importante também tentar limitar o tempo online. Muitas mães acabam por, na falta de tempo que quase sempre têm, aproveitar todos os momentos livres para consultar as redes sociais, o que as impede de procurar outras atividades alternativas que possam promover um verdadeiro autocuidado e recarregar de baterias. Porque não aproveitar o tempo que

passaria online, para ler um livro, ouvir música, dar um passeio ao ar livre, ligar a uma amiga ou simplesmente descansar um pouco no sofá?


Não podemos negar o papel importante que as redes sociais têm na nossa vida, mas podemos sim disciplinar a utilização que fazemos delas. Consumir apenas aquilo que nos acrescenta valor e não aquilo que nos diminui ou frustra.


Porque, afinal, a maternidade real não cabe numa fotografia bonita editada ou nos segundos de um vídeo animado. A vida é feita de altos e baixos, cada família é única e cada mãe, na sua realidade, com todas as suas imperfeições, já é mais do que suficiente. <3


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